Atlético dá vexame histórico e é eliminado nos pênaltis pelo Afogados-PE

O Jogo

A partida, válida pela Copa do Brasil, começou morna, com marcação dos dois lados. O Afogados posicionava muitos atletas em seu meio de campo, e o Galo tinha dificuldade para se armar ofensivamente, sem a figura de um meia-atacante. Ao longo da etapa inicial, o Galo criou algumas chances de perigo, porém nenhuma mais assídua. E os pernambucanos levaram perigo em pelo menos três oportunidades. Chamava a atenção no Atlético a falta de criatividade e lampejos de ofensividade somente quando os laterais Guga e Guilherme Arana subiam para atacar. Num primeiro tempo de pouca inspiração, o placar não saiu do zero para nenhuma das equipes.

No segundo tempo o Galo voltou mais agressivo, com mais assiduidade dos jogadores que atacavam. Allan passou a ser figura mais presente no ataque, e a presença do camisa 29 ajudava o Galo a ter mais chegada. Porém, de maneira irônica, quando o Atlético parecia mais próximo de seu gol, quem saiu na frente foi o Afogados. A defesa do Galo falhou, Candinho arriscou de longe e a curva da bola traiu Michael. Com desvantagem no placar, o treinador Dudamel reagiu imediatamente e colocou o atacante Savarino no lugar de Iago Maidana, abrindo mão do esquema de três zagueiros. O Galo empatou poucos minutos depois, quando Gabriel aproveitou chute cruzado de Otero e finalizou. A sorte parecia sorrir para o Atlético, que parecia muito próximo do segundo gol, que seria o da virada, ainda mais quando o atleta Márcio, do Afogados, foi expulso. Mas no novo momento favorável ao Atlético, saiu mais um gol do Afogados. Guilherme Arana errou cobertura, o atacante Phillip entrou livre em suas costas e marcou para os pernambucanos. Mais uma vez trás no placar e já na parte final da partida, Dudamel sacou Jair e colocou Ricardo Oliveira, partindo para o famoso “abafa”. E deu certo. O próprio Ricardo Oliveira, em seu primeiro toque na bola, escorou cruzamento de Guilherme Arana e empatou denovo o embate, já aos 33 minutos. O Galo teve chances de virar o jogo, mas desperdiçou as jogadas, ainda viu Hyoran ser expulso ao fazer falta desnecessariamente forte no ataque, e o jogo terminou empatado, levando a disputa da vaga para os pênaltis.

Fotos: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Na cobrança de pênaltis, o Galo começou bem e acertou suas duas cobranças iniciais (Otero e Ricardo Oliveira), com os pernambucanos errando suas duas cobranças. Mas aí Allan, o mesmo que errou pênalti decisivo contra o Unión de Santa Fe, errou a terceira cobrança Atleticana e deu sobrevida ao Afogados, que converteu sua cobrança. No pênalti seguinte, Nathan bateu mal e perdeu. O Afogados empatou na cobrança seguinte. Daí em diante, os dois times acertaram suas cobranças e entraram nas cobranças alternadas. E na 9ª rodada de penalidades, o zagueiro Gabriel errou seu chute, Eduardo Erê acertou sua penalidade, e o Afogados eliminou o Atlético da Copa do Brasil.

Opinião Final

A eliminação precoce do Atlético, um dos maiores vexames de sua história centenária, tem nome e sobrenome, mais de um para falar a verdade. Começando por cima, o erro maior é do presidente Sérgio Sette Câmara, incapaz de montar um departamento de futebol consistente para o Galo. Abaixo dele, Rui Costa, mesmo sem tantos recursos financeiros, deveria ter dado mais atletas para jogar nas primeiras partidas decisivas. Se o diretor falava que “o planejamento de 2020 já estava pronto” no meio de 2019, precisaríamos de vê-lo efetivamente. E o que vimos foram atletas chegando em cima de hora, e um time fraco entrando em campo por falta de opções. Rafael Dudamel errou por não mostrar leitura de jogo e apostar em um esquema de três zagueiros. O esquema funcionou de maneira pontual contra o Unión, mas minou qualquer criatividade que o Galo poderia ter no meio de campo, sobrecarregando o jogo para os laterais, e forçando os fracos Otero, Hyoran e Di Santo a jogarem em um nível técnico acima do que conseguem entregar.

(ATUALIZAÇÃO) Durante a edição deste pós-jogo, foram anunciadas pelo Atlético as demissões dos dirigentes Rui Costa e Marques, e também do treinador Rafael Dudamel e toda sua comissão técnica. As demissões parecem uma atitude precipitada e impulsiva do presidente do Atlético, mas serão comentadas com mais detalhes e análises pelo Espora 13 em seus futuros programas e colunas. A opinião pessoal deste redator que os escreve é de que as três demissões foram executadas de maneira errada.

Ficha Técnica

AFOGADOS DA INGAZEIRA 2 (7) x 2 (6) ATLÉTICO-MG

Local: Afogados da Ingazeira, (PE)
Data: 26 de fevereiro de 2020, quarta-feira
Hora: 21h30 (de Brasília)
Estádio: Vianão, em Afogados da Ingazeira
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)​
Assistentes: Jose Reinaldo Nascimento Junior (DF) e Lehi Sousa Silva (DF)
Cartões amarelos: Rodrigo e Willian Gaúcho (AFO); Gabriel e Allan (AMG)
Cartões vermelhos: Márcio (AFO) e Hyoran (AMG)
Gols:
AFOGADOS DA INGAZEIRA: Candinho, aos 16 minutos do 2º Tempo, e Philip, aos 27 minutos do 2º Tempo
ATLÉTICO-MG: Gabriel, aos 20 minutos do 2º Tempo, e Ricardo Oliveira, aos 33 minutos do 2º Tempo

AFOGADOS DA INGAZEIRA: Wallef; Jader (Rodrigo), Heverton, Márcio e Thalison; Diego Teles, Douglas Bomba, Eduardo Erê e Candinho (Willian Gaúcho); Philip e Diego Ceará

Técnico: Pedro Manta

ATLÉTICO-MG: Michael; Guga, Igor Rabello, Iago Maidana (Savarino), Gabriel e Guilherme Arana; Jair (Ricardo Oliveira), Allan, Hyoran e Otero; Di Santo (Nathan)
Técnico: Rafael Dudamel

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