Em jogo aberto, Atlético vacila no fim e leva virada para o Internacional
Torcedor, você não viu o jogo do Galo e foi comemorar o rebaixamento do nosso rival? Não tem problema! Acompanhe a nossa crônica contando o que de melhor (e pior) aconteceu no jogo entre Internacional e Atlético, no Estádio Beira-Rio.
O Jogo
O Galo, já classificado à Copa Sul-Americana e sem ambições na última rodada, deu chance para atletas que não vinham jogando com regularidade, casos de Lucas Hernández, Maicon, Maidana e Terans, além de Victor, que estava fora dos titulares a algum tempo graças a uma tendinite e a ascensão do goleiro Cleiton. O Alvinegro abriu o placar rapidamente, já aos 5 minutos de jogo. O Internacional errou uma saída de jogo, Maicon recuperou e tocou para Di Santo, que serviu bem Otero dentro da área. O camisa 80 cortou a marcação e bateu bem, superando Marcelo Lomba. Assustado com o gol sofrido, o Inter não conseguiu se estabilizar e viu o Atlético ser mais perigoso. O time atleticano aproveitava espaços deixados pelos gaúchos e atacava com velocidade. Sem a bola, o Galo se recompunha bem e protegia a sua zaga, que era soberana contra os atacantes colorados, que não tinham um bom repertório de jogadas e apostavam muito em cruzamentos. O Inter só foi encontrar algum perigo já no fim do primeiro tempo, quando obrigou Victor a fazer boas intervenções em cobranças de escanteio, mas a defesa Atleticana prevaleceu e os primeiros 45 minutos terminaram com vitória Atleticana.
O segundo tempo foi diferente do primeiro, graças ao Internacional. A equipe do Beira-Rio estava mais consciente na partida e tentava trabalhar mais as jogadas, em vez de só apostar em cruzamentos. Os donos da casa exploravam as pontas, com Neílton e Natanael, e tentava organizar o meio com D’Alessandro e Sarrafiore. A mudança de atitude rendeu frutos ao Internacional, que começou a testar mais o goleiro Atleticano Victor, que emplacava grandes defesas e mostrava segurança e consistência. O Galo, por sua vez, manteve a sua estratégia e até levava perigo em boa frequência, apostando em contragolpes de velocidade contra uma defesa exposta do Inter. Mas para o Galo, seu tendão de aquiles foi justamente a velocidade nos contra-ataques, muito afetada com a pouca participação de Maicon e as participações inefetivas de Vinícius e Terans, que havia entrado no jogo no início do segundo tempo para substituir Otero, lesionado. E se os mineiros não aproveitaram as suas chances, os gaúchos foram letais. Guerrero, aos 37 minutos, aproveitou erro técnico de Maidana após bola enfiada na grande área e marcou o gol. O VAR analisou o lance mas validou de forma correta o gol colorado, uma vez que Guerrero tinha condição legal e, por mais que estivesse impedido, o centro-avante teria seu gol validado graças ao erro técnico de Iago Maidana, que se esticou para tirar a bola mas acabou servindo o camisa 9. O panorama da partida mudou nos minutos finais e o Atlético não conseguiu mais levar nenhum perigo, e o Internacional, cheio de confiança, foi atrás da virada. Embora o placar já se encaminhasse para um empate, o Inter teve uma falta lateral no último lance da partida, já aos 52 minutos. D’Alessandro cobrou e encontrou Cuesta, livre, para virar a partida para o Inter. O colorado, embora ameaçado pelo Atlético em boa parte do jogo, aproveitou as chances que teve e deu números finais ao placar.
Opinião Final
De maneira inacreditável, porém nada surpreendente, o Atlético levou uma “virada relâmpago” no apagar das luzes no Estádio Beira-Rio, às margens do Rio Guaíba. O time Atleticano, mesmo muito alterado e sem entrosamento, foi mais perigoso e teve “a faca e o queijo na mão” para decidir o jogo, ainda mais porque tinha uma vantagem construída logo cedo. Mas o Atlético, mais uma vez, não aproveitou suas chances e se desconcentrou, levando um gol, e não soube lidar com a pressão, levando outro. Ramón Martínez foi regular, assim como seu companheiro Zé Welison, Hernández também não comprometeu e Victor foi o melhor em campo, distribuindo boas defesas e se mostrando totalmente recuperado da tendinite. Mas peças como Maicon e Di Santo funcionaram apenas nos primeiros minutos do primeiro tempo, enquanto peças como Terans (improvisado na esquerda) e Vinícius tiveram atuações apagadíssimas. O Atlético mostrou que seu problema de atitude não pertence a “jogador A” ou “jogador B”, mas sim a todo o elenco, que não tem atitude, concentração e técnica para jogar ao nível que o torcedor deseja. O Galo joga bem, mas se desconcentra e perde, ou joga mal e perde também. A irregularidade foi marca presente em um ano a se esquecer para o Alvinegro. A torcida clama por uma reformulação necessária no grupo de jogadores e na comissão técnica. Mas a mudança também deve ocorrer na atitude, na ambição. A Massa Alvinegra não aceitará outro ano abaixo da crítica.
Ficha Técnica
INTERNACIONAL 2X1 ATLÉTICO
Local: Beira-Rio, Porto Alegre, RS
Data: 8 de dezembro de 2019, às 16h (de Brasília)
Arbitragem: Savio Pereira Sampaio (DF)
Auxiliares: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e Jose Reinaldo Nascimento Junior (DF)
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Cartões Amarelos: Guerrero, Neílton e D’Alessandro (Internacional); Otero (Atlético)
Gols: Otero (5′,1ºT | 0x1 CAM); Guerrero (37′, 2ºT | 1×1 INT), e Cuesta (52′, 2ºT | 2×1 INT)
ATLÉTICO: Victor, Guga, Léo Silva, Maidana e Hernández (Hulk); Zé Welison, Otero (Terans) e Martínez (Bruninho). Vinicius Goes, Maicon e Di Santo.Técnico: Vagner Mancini