ENTIDADE VERGONHOSA! Conmebol rouba a cena em dia de classificação e vitória do Galo sobre o América de Cali
O “Jogo”
Dentro de campo, o Galo fez por merecer e venceu o América de Cali, em Barranquila(COL), se classificando à fase mata-mata da Libertadores. Uma exibição inconsistente defensivamente, mas decisiva no ataque, na raça e amor dos atletas Alvinegros. Hulk abriu o placar de cabeça, em lindo cruzamento de Nacho.
Moreno deu números finais à primeira etapa, empatando para o América. Arana recolocou o Galo à frente no placar, em golaço de fora da área, e Vargas, no último lance da partida, recebeu passe de Tardelli em contra-ataque e deu uma cavadinha pra cima do goleiro, finalizando de peixinho para confirmar vitória e classificação Alvinegras.
Relatado o que aconteceu de bom em campo, vamos mudar o foco para a vergonhosa atuação da Conmebol e todos afiliados na noite fria de Barranquilla: a Colômbia vive, nos últimos tempos, grave convulsão social de seu povo contra uma reforma tributária no país, desencadeando violentos protestos em território nacional.
Atividades sociais, incluindo o futebol, passaram a ter suas realizações questionadas. A própria Associação de Jogadores de Futebol Colombiana já havia solicitado a suspensão das atividades profissionais da classe por medo da falta de segurança.
Mas a Conmebol quis jogo! Tirou de Cali a partida entre América e Atlético, remarcando-a para a cidade de Barranquilla (aproximadamente 1000 km de Cali), mas esqueceu que a distância, por maior que fosse, ainda manteria o jogo em um país em crise. A confederação ainda mostrou inconsistência em suas decisões, pois havia tirado o jogo entre Junior e Fluminense da mesma Barranquilla e colocado os times para jogar em outro país (Equador).
O último alerta havia acontecido no mesmo local da partida 1 dia antes, quando River e o mesmo Junior se enfrentaram e houve paralisação graças aos efeitos do gás lacrimogêneo no Estádio. O que se viu em campo foi uma verdadeira vergonha humanitária. Atlético e América trocavam passes enquanto manifestantes trocavam socos e bombas com a polícia nos arredores.
O gás de pimenta foi levado pelo ar para o gramado, e o árbitro Andrés Cunha (URU) paralisou o embate por quatro vezes só no primeiro tempo, contando com uma longa paralisação na qual ambos os times foram ao vestiário. Brasileiros e colombianos quase não voltaram para os 45 minutos finais.
O intervalo durou quase meia hora e, enquanto autoridades jurídicas e esportivas se resolviam, vídeos bárbaros surgiam mostrando a clara tentativa dos manifestantes de invadir o Estádio e evitar o cumprimento do jogo.
Foto: GEAcima da insensibilidade e ganância, a Conmebol foi desrespeitosa com o Atlético, com o América, com a população Colombiana e todos que tinham um pingo de humanidade, temendo até mesmo a vida de quem estava no Estádio Romelio Martinez.
A cada parada técnica ou queda de um jogador por clara falta de condições de jogo, a Conmebol expôs seu verdadeiro viés ganancioso e irresponsável de quem manda como quer e quando quer, sem ser questionado e é capaz de transformar uma partida de futebol em um funeral sem sentir qualquer remorso.
Fica difícil fazer qualquer análise técnica ou tática, falar da flagrante inconsistência defensiva demonstrada pelo Galo ou até mesmo dos pontos fortes demonstrados no ataque. O jogo foi atípico por todos os motivos errados, e é mais provável que os dois times recebam multas por atrasarem o segundo tempo que a Conmebol reconhecer algum erro em sua conduta.
Os times foram forçados a jogar, com medo de sofrerem retaliações. Isso é simplesmente vergonhoso, e uma nova mancha histórica na já manchada reputação da Confederação Sulamericana de Futebol.
Ficha Técnica
AMÉRICA DE CALI 1 X 3 ATLÉTICO
Data/Hora: 13 de maio de 2021, às 21h (Brasilia)
Local: Estádio Romelio Martínez, Barranquilla(COL)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran (URU) e Horácio Ferreiro (URU)
Cartões amarelos: Moreno, Arrieta, Kevin Andrade (AME); Jair (CAM)
Cartões vermelhos: Kevin Andrade (AME); Confederação Sulamericana de Futebol (simbólico)
Gols: Hulk, aos 20’-1ºT, Moreno, aos 23’-1ºT, Guilherme Arana, aos 8’-2ºT Vargas, aos 51′-2ºT
AMÉRICA DE CALI: Graterol; Arrieta, Kevin Andrade, Ortiz e Héctor Quiñónes; Carrascal, Luis Paz (João Rodríguez, aos 40’-2ºT), Cabrera; Moreno (Luís Sanchéz, aos 37’-2ºT), Adrian Ramos e Vergara (Aldair Rodriguéz, aos 19’-2ºT). Técnico:Jersson González
ATLÉTICO-MG: Everson; Guga, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair (Réver, aos 42’-2ºT), Tchê Tchê e Nacho (Dodô, aos 37’-2ºT); Savarino (Vargas, aos 36’-2ºT), Hulk (Allan, aos 46’-2ºT) e Keno (Diego Tardelli, aos 43’-2ºT). Técnico: Cuca