Galo vira contra a Chape no último lance e volta a vencer no Brasileiro

Foi mais uma vez com emoção, com estresse, com o coração batendo forte, mas o Galo venceu a Chapecoense fora de casa pelo Campeonato Brasileiro. Os detalhes desta vitória você acompanhará a partir de agora, em mais uma coluna de Pós-Jogo!

O Jogo

“Começa o jogo! Vamos para Chapecoense x Atlé… GOL DA CHAPECOENSE!”. A maioria das narrações do Brasil disseram esta frase. O Atlético tomou um gol com 20 segundos de partida, e aí não importa se foi mérito do lateral que cruzou, do centro-avante que se posicionou bem ou do zagueiro que falhou. O que importa é que nenhum time profissional – ainda mais um gigante como o Galo – pode tomar um gol com 20 segundos de partida. Sem tempo para processar o que havia acontecido, a torcida atleticana já tinha novos motivos para frustração. O Galo, após o gol, tentou atacar, mas, talvez por ser o time reserva, ou pela falta de boas opções individuais, não conseguiu empatar no primeiro tempo. As únicas esperanças vinham dos bons chutes de Otero, que levaram perigo ao gol do arqueiro Tiepo. Vinícius, Geuvânio (gripado) e Ricardo Oliveira estavam muito apagados. A Chape, dona da casa, se retraiu e buscou contra-atacar, porém sem efetividade, chegando umas poucas vezes ao gol de Cleiton, mas sem fazer grande pressão. Após o apito final do primeiro tempo, o que marcou mesmo os fracos 45 minutos iniciais foi o gol prematuro e inaceitável sofrido pelo Atlético.

No segundo tempo, percebendo o vacilo que haviam dado, os atletas do Galo voltaram pressionando, buscando um gol rapidamente. O maior susto veio na cabeçada de Iago Maidana, que acertou a trave da Chapecoense. O time catarinense continuou recuado e o Galo cresceu no volume de jogo, mas errando muito as finalizações e no último passe. Os atleticanos até mostravam vontade de empatar a partida mas esbarravam em erros técnicos e a falta de entrosamento do time reserva. A Chapecoense só conseguiu levar perigo com Arthur Gomes, que recebeu livre pela esquerda, mas perdeu o equilíbrio após Leonardo Silva chegar na hora certa e fechar o ângulo. Geuvânio, apagado, deu lugar a Maicon, que entrou para mudar a partida. O Galo montou boa trama ofensiva e Maicon chutou em cima da mão de Douglas, pênalti, que foi confirmado após análise do VAR. Ricardo Oliveira pegou a bola, partiu para a cobrança e terminar sua fase ruim e… perdeu. O experiente centro-avante atleticano perdeu a melhor chance do jogo, já na metade final da partida, e enlouqueceu a torcida alvinegra, que cada vez mais entende a titularidade de Alerrandro. A Chape, após o susto, tentou pressionar, mas sem sucesso. O Galo, já quase entrando no desespero, finalmente conseguiu o seu gol já aos 34 minutos da segunda etapa. Otero bateu falta venenosa, Tiepo espalmou para o lado. Maicon pegou a sobra da direita e cruzou para o zagueiro Iago Maidana fazer seu primeiro gol como jogador do Clube Atlético Mineiro. Maidana comemorou bastante, fez o gesto do “sai zica” e calou os torcedores catarinenses. A Chape, após o gol e sentindo que o resultado e exibição eram abaixo do necessário, se virou para o ataque e foi para cima dos reservas do Atlético. O Galo teve alguns problemas para se defender, inclusive tendo um possível lance de pênalti de Leonardo Silva revisto pelo VAR e negado aos catarinenses, e Cleiton precisou fazer suas intervenções. para evitar o gol do Alviverde. A pressão dos mandantes, entretanto, não durou muito tempo e logo começaram a errar passes e lançamentos, mas o Atlético também tinha dificuldades de chegar ao gol, deixando a partida mais pegada e menos jogada. As duas equipes já estavam de certa maneira “conformadas” com o empate, mas o mantra Alvinegro das vitórias impossíveis e no último minuto entrou em ação. Vinícius, até então apagado no jogo, pegou bola na entrada grande área, driblou dois marcadores e bateu por cima do goleiro Tiepo e dentro do gol. A virada, no último lance do jogo, aos 53 minutos do segundo tempo, veio de forma inesperada e de um atleta que não estava jogando bem. Tudo com a cara do Atlético! Após o gol e a comemoração com direito a dança de Vina e Guga, o Galo segurou o jogo nos segundos que ainda restavam e obteve um resultado muito importante em Chapecó.

Foto: Pedro Souza / Atlético

Opinião Final

A partida do último domingo foi mais uma daquelas exibições onde o resultado foi melhor que a exibição. Embora superior à Chapecoense por todo o jogo, os reservas do Atlético tiveram muitos problemas para atacar e para defender, cedendo um gol logo aos 20 segundos de partida. O Galo se aproveitou de uma Chapecoense pobre tecnicamente e que começou a se defender muito cedo no jogo, mas mesmo assim a exibição geral do Atlético foi pobre. Enquanto os estreantes Lucas Hernández e Ramón Martínez não comprometeram, Otero, Maidana e Maicon foram bem e Guga, Geuvânio, Ricardo Oliveira e Vinícius decepcionaram, apesar deste último ter feito um gol. Numa partida onde já esperávamos pouco jogo coletivo devido à falta de entrosamento, faltou também mais destaques individuais.  Otero foi a grande referência técnica, finalizando bem, mas o próprio venezuelano causou a ira dos torcedores ao cobrar seus escanteios sempre fechado, buscando o “gol olímpico”. Tal jogada já é de conhecimento dos adversários, e o Galo tem a obrigação de apresentar repertório nos escanteios. Otero é um grande cobrador de bolas paradas, mas seus escanteios precisam de variação.

O saldo geral é de que o Atlético mereceu vencer, os atletas mostraram vontade de vencer, mas faltou mais uma vez qualidade técnica para isso. Enquanto os reservas tem raça e determinação, mas esbarram na técnica, os titulares têm técnica mas esbarram na raça e determinação. O Atlético precisa de mostrar novidades nas suas escalações e evolução dentro de campo. Nem sempre enfrentaremos uma Chapecoense.

Ficha Técnica

CHAPECOENSE 1 x 2 ATLÉTICO
​Estádio: Arena Condá – Chapecó (SC)
Data-hora: 14 de julho de 2019, às 19h
Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (PB)
Assistentes: Alex Ang Ribeiro e Bruno Salgado Rizo (SP)
Árbitro de vídeo: Marcio Henrique de Gois (SP)
Cartões Amarelos: Iago Maiadana, Leonardo Silva, Vinicius, Lucas Hernández (ATL), Alan Ruschel, Douglas, Eduardo (CHA)
Público e Renda: não divulgados

Gols: Everaldo, no minuto 1 do 1º T(1-0), Iago Maidana, aos 34’-2ºT(1-1), Vinícius, aos 53’-2ºT(1-2)

CHAPECOENSE: Tiepo, Eduardo, Gum, Douglas e Bruno Pacheco; Márcio Araujo, Campanharo (Aylon, aos 37’-2ºT) e Camilo (Augusto, aos 29’-2ºT); Arthur Gomes, Alan Ruschel (Diego Torres, aos 36’-2ºT) e Everaldo Técnico: Ney Franco.

ATLÉTICO: Cleiton; Guga, Léo Silva, Maidana e Lucas Hernández; Ramon Martínez (Papagaio, aos 32’-2ºT), Jair, Otero (Bruninho, aos 40’-2ºT) e Vinícius; Geuvânio (Maicon Bolt, aos 18’-2ºT) e Ricardo Oliveira. Técnico: Rodrigo Santana.

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