Galo luta, vence mas é eliminado da Copa do Brasil
No dia 10 de Junho, o Brasil ficou conhecendo os confrontos de quartas-de-final da Copa do Brasil. Dentre todos os jogos, o clássico mineiro foi o que mais chamou a atenção. Atlético e Cruzeiro se enfrentariam em dois duelos históricos. Desde aquela data, os atleticanos já sabiam que o Galo não poderia enfrentar o seu rival com desatenções, de forma alguma seria possível dar espaço para finalizações e deixar o Cruzeiro gostar do jogo. Do outro lado, os cruzeirenses sabiam das desatenções e dos lapsos de concentração atleticanos, tão como dos erros de decisão que geravam contra-ataques para o rival. E hoje, 1 mês depois e com os dois confrontos realizados, os torcedores do Galo podem falar que seu time não soube enfrentar esta fase de quartas-de-final contra o seu arquirrival, e acabou sendo desclassificado com justiça – justiça essa para os jogadores, não para a torcida – da Copa do Brasil.
O Jogo
O Atlético precisava de um fato novo, de mostrar algo mais em seu futebol e surpreender o Cruzeiro, empurrando os visitantes para sua defesa. E dada esta necessidade, Rodrigo Santana escalou o Galo com Jair no lugar de Zé Welison e Otero no lugar de Luan, mantendo o padrão tático da equipe. Com tais substituições, a equipe ganhou mobilidade e mais inteligência no meio de campo com Jair, além de profundidade, agressividade e qualidade de finalização com Otero. O Cruzeiro até teve mais posse de bola nos primeiros minutos, mas o Galo conseguiu tomar as rédeas do jogo e ter presença ofensiva, com trocas de posição constantes no ataque e boas investidas pela lateral com Otero e Chará. Lá atrás, a linha de defesa conseguia marcar e sair jogando com passes tanto por baixo quanto pelo alto. O Galo, melhor na partida, abriu o placar com Cazares aos 30 minutos, após Fábio Santos escorar na pequena área e o equatoriano mandar uma finalização forte no ângulo de Fábio. O gol refletiu a superioridade alvinegra e inflamou a já empolgada torcida atleticana. O Cruzeiro manteve sua estratégia defensiva mas errava os contra-ataques. Devido a essa situação, o rival começou a gastar o tempo, provocando faltas e fazendo cera. O Galo ainda tentou mais alguns ataques, mas o primeiro tempo terminou com o 1 a 0 para o time do Horto.
O Atlético precisava de pelo menos 2 gols em 45 minutos, e voltou para o segundo tempo com a mesma formação, esperançado com a ótima primeira etapa que tinha feito. Com menos fôlego, mas, com o mesmo espírito de luta, o Galo viu o Cruzeiro começar o segundo tempo melhor, mas voltou a ameaçar. Otero tomou para si a responsabilidade e arriscava finalizações, principalmente de falta, enquanto Fábio Santos e Patric vinham atacando de trás e Chará buscava o drible, mas ainda sem marcar o segundo gol. Com os minutos passando e o cansaço começando a aparecer, o técnico Rodrigo Santana precisou mexer no time. Entraram Luan no lugar de Elias e Geuvânio no lugar de Otero. As modificações deram um novo gás para a equipe, mas acabou expondo mais ainda o Galo. Empurrado por sua torcida, o Atlético criou algumas boas chances, sendo a melhor delas um chute de dentro da área de Fábio Santos, que saiu pelo outro lado. O Cruzeiro, tendo mais espaço para contra-ataques, até marcou um gol, mas o mesmo foi invalidado por falta na origem do lance. Uma grande confusão teve início na comemoração do gol anulado e o atleticano Alerrandro e o cruzeirense David foram expulsos. Já no desespero, o Atlético promoveu a entrada de Ricardo Oliveira no lugar de Jair, o que deixou o time sem volantes, mas bem ofensivo, porém sem criação. Tal falta de criação fez o Galo lançar muitas bolas para a área, o que facilitou a vida da zaga cruzeirense. Já perto do final do jogo, Patric recebeu de Ricardo Oliveira e mandou uma bomba no ângulo de Fábio, marcando um golaço e dando esperanças para os minutos finais.O gol, entretanto, não foi suficiente e o Atlético acabou sendo eliminado por um placar agregado de 3 a 2.
Opinião Final
Se olharmos a exibição dos dois rivais nos dois jogos, podemos afirmar que o Cruzeiro mereceu a classificação. Todos sabiam como o rival iria jogar, mas o Atlético insistiu em seus erros e foi desclassificado já no jogo da ida, quando tomou um inaceitável 3 a 0. Fica o aprendizado de que vacilos não são perdoados em fases finais de mata-mata. Fica também o aprendizado de que não adianta ter “DNA Ofensivo”. É necessário reconhecer os pontos fortes e fracos do seu adversário e se adaptar a isso. O Galo se expôs demais no confronto de ida e sofreu as consequências de tal atitude. Quanto ao futuro, podemos sim sonhar. O Galo demonstrou que pode jogar muito bem em momentos de pressão. Falta ajustar a regularidade e a qualidade das exibições fora de casa.
Um adendo especial para a torcida: A Massa Atleticana compareceu em peso e acreditou até o último segundo na virada. Cantou alto, esbanjou fé e mostrou mais uma vez que é presente e engrandece o Clube Atlético Mineiro nos momentos difíceis. Cabe aos atletas corresponderem dentro de campo à paixão e amor da Maior Torcida de Minas.
Ficha Técnica
ATLÉTICO 2 x 0 CRUZEIRO
Quartas de final da Copa do Brasil (volta)
Data/Hora: 17/07/2019, às 19h15 (de Brasília)
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP)
VAR: Thiago Duarte Peixoto
GOLS: Cazares, 34’1ºT (1-0), Patric, 47’2ºT (2-0)
Cartões amarelos: Jair, Cazares, Ricardo Oliveira, Luan (CAM), Egídio, Robinho, Pedro Rocha, Fábio (CRU)
Cartões vermelhos: Alerrandro (CAM), David (CRU)
ATLÉTICO: Victor; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Jair (Ricardo Oliveira), Elias (Luan); Cazares, Chará e Otero (Geuvânio); Alerrandro. Técnico: Rodrigo Santana.
CRUZEIRO: Fábio; Orejuela, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Romero; Robinho (Jadson), Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha (Dodô); Fred (David). Técnico: Mano Menezes