Galo vence Botafogo mais uma vez e está nas quartas de final da Sul-Americana

Dizem que os grandes campeões não dão “show”. Eles são capazes de atacar, sim, mas também são capazes de se defender, saber sofrer. O Atlético, neste caso, soube jogar como um candidato ao título, mas ainda deixou a desejar em certos aspectos.

O Jogo

O Botafogo veio a Belo Horizonte com apenas um zagueiro, já que Joel Carli havia sido expulso no jogo de ida e Gabriel só poderia jogar mediante o pagamento de uma multa de R$ 1 milhão. Visto isso, o técnico Eduardo Barroca montou um sistema de 3 zagueiros, com o volante Cícero e o lateral Gílson fechando a linha defensiva. O Galo, por sua vez, repetiu o time que venceu os cariocas no Rio, mantendo Ricardo Oliveira no comando de ataque. O Atlético adotou postura defensiva no primeiro tempo, buscando sair em contra-ataques rápidos armados por Chará, Otero e Vinícius. O Galo conseguia fechar bem sua defesa, mas os volantes deixavam espaço para o Botafogo chutar de fora da área. Embora a maioria dos chutes tenham sido inofensivos, uma cobrança de falta do lateral Marcinho acertou o travessão de Cleiton. O Galo, armado para contra atacar, errava muitos contragolpes, com um Chará apagadíssimo e um Ricardo Oliveira que cometia erros. Os atletas mais perigosos eram Vinícius e Otero. O venezuelano finalizou as melhores chances do Galo no jogo, com um chute de fora que exigiu defesa de Gatito Fernández e um gol perdido dentro da pequena área. Com os erros atleticanos ao armar os ataques e o domínio de posse de bola do Botafogo, foi possível dizer que os visitantes foram melhores no primeiro tempo.

Ainda com a vantagem, o Galo voltou melhor para o segundo tempo. O time atleticano começou a manter mais a posse de bola, sem desperdiçá-la em jogadas simples. Mais concentrado, o Galo assumiu o controle do jogo e começou a empilhar chances desperdiçadas. O Botafogo, mais nervoso e cansado, não conseguia mais marcar o Galo e virava uma presa fácil para os atleticanos. Jair e Elias dominavam o meio, enquanto Vinícius dava mobilidade ao ataque. Geuvânio entrou no lugar de Otero, para dar um gás novo às pontas alvinegras. Já muito superior na partida, o Galo viu sua vantagem ser convertida em gol aos 30 minutos, quando Jair fez grande jogada e sofreu pênalti. Fábio Santos cobrou bem e encaminhou a classificação atleticana, para a explosão da torcida do Galo, que prosseguiu com o seu show, agora mais aliviada e cantando mais alto. O Botafogo, desesperado, se abriu de vez e começou a dar muitos espaços para o Atlético, que sacramentou sua classificação aos 40 minutos. Vinícius fez grande jogada, tocou para Ricardo Oliveira que chutou em Gatito. O goleiro paraguaio deu rebote e Vinícius, de primeira, marcou um belo gol e fechou o caixão botafoguense. Os minutos finais de partida marcaram a festa alvinegra e o fim de um tabu de 25 anos. O Galo, após muito tempo, voltava a eliminar o Botafogo em um mata-mata.

Foto: Bruno Cantini / Atletico

Opinião Final 

Gostei bastante da inteligência do Atlético dentro da partida. No primeiro tempo, não fossem os diversos erros de ataque. poderia ter saído com um gol. O Alvinegro foi consciente, organizado e neutralizou as jogadas ofensivas do Botafogo, que se limitou a chutar de fora da área. Já no segundo tempo, o time acertou suas transições ofensivas, o que colocou o Botafogo em pânico e cansou os cariocas. O saldo do confronto é positivo, porque o Atlético foi superior nas duas partidas. Destaque para nossa defesa, onde todos os atletas conseguiram contribuir para a solidez defensiva do Galo. Jair e Elias, embora tenham deixado alguns espaços em algum momento do confronto, mostraram que merecem ser a dupla de volantes titular. Jair tem muita técnica, marca bem e tem boa presença ofensiva. Vinícius foi grata surpresa, mostrando versatilidade, inteligência e visão de jogo, enquanto Ricardo Oliveira e Chará decepcionaram mais uma vez, tentando muitas jogadas mas errando quase todas. Já Otero não fez grande partida mas foi perigoso. E o que falar do goleiro Cleiton? O jovem tem um posicionamento acima da média e consegue transmitir muita confiança. Além disso, o arqueiro tem boa saída de jogo e é capaz de começar bons contra-ataques.

No geral, a exibição do Galo nos 180 minutos foi boa. O time demonstrou evolução e solidez. No entanto, precisa de evoluir ainda mais. A defesa subiu de produção mas o ataque caiu, com erros de tomada de decisão, falta de velocidade e falta de qualidade nas finalizações. Mas mesmo precisando de evoluir, podemos falar que nossa classificação foi justa. O Atlético já enfrentou times do Botafogo muito piores e se deu mal. Poder comemorar uma classificação contra os cariocas foi especial, foi quebra de um tabu de 25 anos e seis eliminações em seguida.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 2 X 0 BOTAFOGO

Data/Hora: 31/07/2019, às 21h30 (de Brasília)
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Wilton Sampaio (Fifa-BRA)
Assistentes: Marcelo Van Gasse (Fifa-BRA) e Bruno Pires (BRA)
VAR: Leodan Gonzalez (Fifa-URU)
Assistentes de árbitro de vídeo: Rodolpho Toski (Fifa-BRA) e Bruno Boschilia (Fifa-BRA)
Cartões amarelos: Vinícius, Jair (ATL); Luiz Fernando (BOT)

Gols: Fábio Santos (31’/2ºT, 1-0), Vinícius (40’/2ºT, 2-0)

Atlético: Cleiton; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Jair (José Welison, 43’/2ºT), Elias, Vinicius Goes e Otero (Geuvânio, 16’/2ºT); Chará (Luan, 38’/2ºT) e Ricardo Oliveira. Técnico: Rodrigo Santana.

Botafogo: Gatito; Marcinho, Marcelo, Cícero e Gilson; Alex Santana, Bochecha (Igor Cássio, 33’/2ºT), João Paulo (Alan Santos, 21’/2ºT), Pimpão (Leo Valencia, 27’/2ºT) e Luiz Fernando; Diego Souza. Técnico: Eduardo Barroca.

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