Lutando até o fim, Galo vira sobre o La Equidad e sai em vantagem na Sul-Americana

Quando analisamos a história do Clube Atlético Mineiro podemos perceber que o Galo nunca fez feio contra os clubes gigantes do cenário mundial. O problema do Galo, que culminou até em perda de títulos, sempre foi enfrentar adversários menores, mais desconhecidos, que armam defesas fortes e saem em contra-ataque. O jogo da última terça-feira (21) manteve esta “maldição”, com a exceção que o Galo conseguiu vencer a partida, mesmo que com sofrimento.

O Jogo

Os primeiros minutos de partida foram tensos para a Massa Atleticana. O La Equidad começou a partida com a posse de bola e, logo aos 4 minutos, teve um pênalti a seu favor, após falha defensiva do Atlético que culminou em uma falta de Elias dentro da grande área. Camacho cobrou no canto direito de Cleiton e abriu o placar. O Galo, surpreendentemente atrás do placar contra os colombianos, pressionou para buscar a reação imediata. Ricardo Oliveira, aos 17, acertou a trave após cruzamento açucarado da esquerda. Cazares chutou bem de fora da área e acertou a trave pela segunda vez para os atleticanos. O Galo amassava o La Equidad e recuperava a bola nas tentativas de contra-ataque dos visitantes, com Jair bem posicionado e a zaga atuando de forma inteligente. Os ataques vinham em lançamentos para Chará e Cazares pelas pontas, ou em rápidos toques de bola e triangulações pelo centro, terminando ou em bolas enfiadas para Ricardo Oliveira ou em chutes para fora. O gol alvinegro veio já além dos 30 minutos, quando Igor Rabello escorou lançamento e Jair bateu rasteiro no canto do goleiro, empatando a partida. A Massa Atleticana, enlouquecida e embalada pelo gol, cantou muito alto e encheu de confiança os jogadores do Galo, que ainda tiveram mais algumas boas chances que pararam no goleiro Novoa. O La Equidad, muito recuado e assustado, buscou de toda a maneira gastar tempo em bolas paradas e faltas, terminando o primeiro tempo com 1 a 1 no placar.

O Galo voltou para o segundo tempo um pouco desligado e permitiu ao La Equidad ter a posse de bola e conseguir escanteios seguidos. O problema é que a equipe verde tinha bastante dificuldade de criar jogadas e não aproveitava os espaços deixados pela ofensiva equipe do Atlético. O Atlético, por sua vez, se cansou e encontrou mais dificuldades para enfrentar o recuado time do La Equidad. As rápidas triangulações pelo meio desapareceram, dando lugar para os cruzamentos e jogadas de linha de fundo, que também terminavam em cruzamentos. O Atlético controlava a posse mas não tinha mais a criatividade e intensidade dos primeiros 45 minutos, errando mais e deixando a torcida nervosa. No entanto, tudo isso mudou quando o La Equidad perdeu Ethan González por expulsão. O Galo, com 1 jogador a mais em campo, passou a explorar mais o meio de campo e conseguiu um pênalti em cima de Ricardo Oliveira. Cazares cobrou, Novoa defendeu, Otero marcou no rebote, mas o VAR detectou invasão na grande área antes de Cazares cobrar o pênalti. O gol acabou anulado, para desespero de torcida e jogadores alvinegros. Os jogadores atleticanos sentiram o golpe e voltaram a tentar jogadas inefetivas pelas pontas, até que a qualidade individual de um jogador fez a diferença. O volante Elias, o mesmo que cometeu o pênalti aos 4 do primeiro tempo, recebeu com espaço no meio de campo, chutou bola com efeito e enganou Novoa, que caiu para o lado errado e viu a bola morrer na rede. O gol explodiu de vez a fiel Massa Atleticana, que vibrou nas cadeiras do Estádio Independência com a virada atleticana. O Galo, com a vantagem no placar pela primeira vez, teve mais chances para marcar mas, talvez por nervosismo, talvez por problemas técnicos, não conseguiu marcar mais. O jogo terminou com 2 a 1 para o Galo e vantagem para o jogo de semana que vem no El Campín, em Bogotá (COL).

Foto: Bruno Cantini / Atletico

Opinião Final

Como dito no início desta crônica, o Galo historicamente sempre teve dificuldade de enfrentar adversários de menor expressão, que vêm enfrentar o Alvinegro com linhas mais fechadas. O lado positivo é ver que, mesmo com dificuldades, o Galo está conseguindo superar este fantasma histórico e está vencendo seus compromissos contra esses times. O problema é que o Galo, quando tem a responsabilidade de propôr o jogo, erra demais, tecnicamente e psicologicamente, dando a possibilidade dos adversários de menor expressão levarem perigo. O Alvinegro dominou o modesto La Equidad e ganhou com justiça, mas os colombianos estão vivos na disputa, graças ao seu gol marcado após falha defensiva atleticana. Destaques da partida foram nossos volantes, com grande capacidade de sair jogando e se livrar da pressão adversária. A zaga, segura e inteligente, soube dar uma dinâmica diferente ao Galo, encaixando bem com o igualmente inteligente goleiro Cleiton. Otero e Luan entraram bem na partida. Os destaques negativos foram Patric, Fábio Santos, Cazares, Vinícius e Chará. Embora estes atletas tenham tido algum bom momento na partida, foram mal na exibição geral e não conseguiram contribuir o esperado. Cazares, Vinícius e Chará até começaram bem a partida, mas não conseguiram manter o ritmo na sequência do jogo.

O Galo tem uma vantagem boa e é favorito a se classificar, podendo inclusive ganhar bem o jogo de volta na Colômbia. Deve, entretanto, se manter ligado no jogo e não deixar o La Equidad crescer. Os colombianos são fortes na defesa, mas têm dificuldades de propôr o jogo. Jogando com inteligência e efetividade ofensiva (pasmen, não estamos sendo muito efetivos lá na frente) o Galo tem de tudo para chegar às semifinais.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 2 x 1 LA EQUIDAD-COL
​​Estádio: Independência- Belo Horizonte (MG)
Data-hora: 20 de agosto de 2019, às 21h30
Árbitro: Mário Diaz de Vivar(PAR)
Assistentes: Milciades Saldivar e Roberto Cañete(PAR)
VAR: Daniel Fedorczuk(URU)
Cartões Amarelos: Jair, Fábio Santos. Vinicius(ATL), Ethan González, Camacho(EQUI)
Cartões Vermelhos: Ethan González(EQUI)

Gols: Camacho, aos 6’-1ºT(0-1), Jair, aos 27’-1ºT(1-1), Elias, aos 34’-2ºT(2-1)

ATLÉTICO: Cleiton, Patric, Réver, Igor Rabello, Fábio Santos(Otero, aos 17’-2ºT); Jair(Alerrandro, aos 32’-2ºT), Elias, Vinicius, Cazares; Chará(Luan, aos 39’-2ºT) e Ricardo Oliveira Técnico: Rodrigo Santana.

LA EQUIDAD-COL: Novoa, Pacheco, Arboleda, Riquett e Torralvo; Motta, Pablo Lima, Mahecha, Palomeque(Mier, aos 25’-1ºT)(Peralta, aos 28’-2ºT), Camacho(John Garcia, aos 14’-2ºT) e Ethan González. Técnico: Humberto Sierra

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