Galo vira contra o Santos, no Pacaembu, e está nas quartas-de-final da Copa do Brasil!

“O Galo é o time da virada, o Galo é time do amor”. O Galo é o time da emoção, das vitórias apaixonantes, dos momentos memoráveis! Ele mantém o futebol brasileiro vivo e demonstra um carisma impossível de ser copiado por outra agremiação esportiva. Para o(a) leitor(a) que estiver lendo este pós-jogo e não viu a partida, já dou o spoiler: vencemos. Mas quer saber como? Então vamos lá!

O jogo

O Atlético foi até São Paulo para enfrentar o Santos, em partida de volta do confronto pela oitavas-de-final da Copa do Brasil. Nas várias análises feitas pela grande mídia antes da partida, o comentário era geral de que o Santos passaria pelo Atlético sem dificuldades. Já na partida, para a alegria dos paulistas, o Santos abriu o placar logo aos 5 minutos do primeiro tempo, com o zagueiro Gustavo Henrique completando de cabeça um bom escanteio.

Em desvantagem no placar, o Galo se viu mais pressionado e viu o Santos, motivado, adiantar suas linhas e tentar retomar a bola. Mas aí, entramos num ponto interessante: o Atlético não sentiu o gol, mesmo o tendo sofrido logo no início da partida. O time mineiro manteve sua estratégia treinada de propor o jogo, adiantar a marcação e trocar passes para confundir o Santos. Luan, Chará e, principalmente, Cazares foram crescendo de produção e conectando jogadas com os laterais Patric e Fábio Santos, bem avançados e atacando bastante.

O Santos ameaçava em contra-ataques; entretanto, a recomposição defensiva atleticana era rápida e organizada, fazendo com que os santistas não criassem mais chances de perigo. O Atlético começou a engrenar boas chegadas ao ataque, principalmente com Patric aparecendo como elemento surpresa pela direita. Melhor na partida, o Atlético empatou aos 37 minutos. Cazares, marcado pela esquerda, conseguiu fazer grande lançamento para Chará na área. O colombiano driblou o goleiro Everson e chutou rasteiro para explodir de emoção a torcida mineira. O Galo, com justiça, empatava o jogo. Nos minutos seguintes, o Santos tentou atacar mas esbarrava no seu nervosismo. O Atlético controlou o resultado e foi para o intervalo com o 1 a 1 que levava a partida para os pênaltis.

Na volta para o segundo tempo, o Atlético continuou sólido, mas sofreu um grande susto. Zé Welison dividiu bola com um jogador santista, acertou de forma acidental o pescoço do adversário santista e foi expulso de campo. O Árbitro de Vídeo, entretanto, reviu o lance e anulou o cartão vermelho, o substituindo por um amarelo. O Galo continuava chegando com perigo, mas agora, principalmente, pelo lado esquerdo. A dupla Cazares e Luan infernizava os santistas, com boa técnica e transições rápidas. O Galo tabelava no meio de campo e era ágil no ataque, o que rendeu algumas boas chances, sendo a melhor delas um chute de Luan, sozinho, encontrando Chará livre pela direita, em cima do goleiro santista.

O técnico do Peixe, Jorge Sampaoli, promoveu as entradas de Soteldo e Jean Mota. O bom meia Soteldo foi ameaça constante ao Atlético, chegando com perigo pela esquerda e fazendo do Santos uma equipe mais perigosa. O time da casa passou a ter mais posse de bola e chegou com perigo pelos pés de Marinho e Soteldo. Mas a defesa do Atlético prevalecia e não deixava os santistas invadirem a área. O Galo, porém, estava com problemas de concentração e cansaço, o que permitiu ao Santos atacar mais. Rodrigo Santana promoveu as entradas de Alerrandro, no lugar de Ricardo Oliveira, e Geuvânio, no lugar de Luan. As substituições auxiliaram o Atlético, que voltou a ser mais perigoso.

O Galo começava a ter espaço para contra-atacar, porque o Santos estava adiantado em busca do gol. Neste novo panorama da partida, Geuvânio se tornou o principal jogador atleticano. Com espaço para jogar, deixou Alerrandro na cara do gol, mas a zaga santista salvou em cima da hora. A chance seguinte, porém, resultou no gol salvador atleticano, já aos 38 do segundo tempo. Geuvânio enfiou para Cazares pela direita, que avançou e cruzou rasteiro para Chará, dentro da área, fuzilar as redes e virar a partida. Muita comemoração dos atleticanos presentes no Pacaembu e, especialmente, de Rodrigo Santana, que viu uma alteração sua ser providencial para a virada alvinegra.

Nos minutos restantes da partida, o Galo foi muito inteligente, conseguiu segurar a posse de bola e foi consistente defendendo, anulando e eliminando o Santos!

Opinião final

O Galo foi superior ao Santos, praticamente, o jogo inteiro em São Paulo. Mesmo nos momentos de pressão do Santos, o Atlético se defendeu bem e conseguiu se descolar dos jogadores santistas com técnica, trocando passes desde trás e só rifando a bola quando necessário. O Atlético foi uma equipe lúcida, organizada e fria. Sofrer um gol aos cinco minutos fora de casa e contra o Santos não é fácil, mas os jogadores do Galo conseguiram uma virada de gente grande. Destaque individual para Cazares e Chará. Nosso camisa 10 deu duas assistências para Chará e desfilou técnica, prendendo bem a bola, distribuindo boas jogadas e aparecendo para o jogo. Luan também foi importante, pois sua movimentação confundiu os santistas. O “Menino Maluquinho”, porém, teve queda de desempenho no segundo tempo e perdeu uma chance muito clara, ao tomar a decisão errada. Em vez de chutar, igual fez, deveria ter tocado para Chará que, livre dentro da área, faria o gol. Geuvânio também foi essencial, dando bons passes e começando a jogada do segundo gol com um passe de profundidade. Lá atrás, Réver e Igor Rabello fizeram mais uma boa partida, se recuperando da falha coletiva no gol do Santos. O técnico Rodrigo Santana também merece muito destaque, pois, no fim das contas, o Atlético foi superior ao bom time do Santos, nas duas partidas e contrariou o suposto favoritismo dos paulistas.

Ficha técnica

Santos 1 x 2 Atlético-MG

Data e hora: 6 de junho de 2019 (quinta-feira), às 20h (horário de Brasília)

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo/SP

Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ).

Assistentes: Luiz Cláudio Regazone (RJ) e Michael Correia (RJ).

Gols: Gustavo Henrique (5′ do primeiro tempo), Chará (37′ do primeiro tempo; e 38′ do segundo tempo).

Cartões amarelos: José Welison, Adilson e Fábio Santos, do Atlético-MG; Lucas Veríssimo e Soteldo, do Santos.

Escalações:

Santos

Everson; Lucas Veríssimo, Aguilar (Jean Mota) e Gustavo Henrique; Victor Ferraz, Jean Lucas, Diego Pituca e Jorge; Sánchez (Soteldo), Marinho e Uribe (Eduardo Sasha). Técnico: Jorge Sampaoli.

Atlético-MG

Victor; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Zé Welison (Adilson), Elias, Cazares; Luan (Geuvânio), Chará e Ricardo Oliveira (Alerrandro). Técnico: Rodrigo Santana.