Apático, Galo perde feio na Copa do Brasil e se complica

Diego Tardelli, Ronaldinho, Leandro Donizete, Douglas Santos, Carlos, Guilherme, Guilherme Alves, Marques, Renaldo, Dátolo. Jogadores de diversas posições, qualidades diferentes, uns com fama, outros que saíram pela porta de trás. Mas qual é a semelhança entre eles? Estes atletas, embora nem todos bem lembrados pela Massa, sabem jogar um clássico. Sabem que não é um jogo qualquer. Sabe o que os torcedores do lado perdedor têm que aguentar no dia seguinte a uma derrota. Sabem que todo clássico é final de campeonato, que todo clássico entra para a história, e que a lembrança de um clássico vencido é valiosa. Tal pensamento e atitude não existe no atual elenco atleticano. O Mineirão, antes nosso Salão de Festas, virou o lar de vitórias marcantes do Rival. Tudo isso com o consentimento de um elenco sem sangue, que não entende a grandeza do Clube Atlético Mineiro e que empilha derrotas em jogos decisivos.

O Jogo

De volta após a pausa da Copa América, o Galo manteve a formação titular que já vinha jogando, inclusive com a rotação na posição de primeiro volante, com Zé Welison começando a partida. O Atlético começou a partida consciente, com volume de jogo e aproveitando um Cruzeiro desligado. Teve um chute perigoso com Luan. A sorte, entretanto, não estava ao nosso lado e o Cruzeiro abriu o placar com um golaço de Pedro Rocha. O Galo sentiu o gol, ficou nervoso e começou a errar passes e dar a bola para o rival. O Cruzeiro, por sua vez, se armou na tática que mais gosta: dar a bola ao adversário e contra-atacar com velocidade. Desta forma, nasceu o segundo gol azul. A defesa Alvinegra errou saída de jogo, Pedro Rocha disparou pelo meio, driblou Victor e serviu Thiago Neves, que escorou para as redes e abriu 2 a 0 para os mandantes. Com o segundo gol sofrido de forma precoce na partida, o Atlético se desesperou e foi todo ao ataque. O problema é que os atleticanos não tinham repertório, nem criação, então, a única alternativa era cruzar bolas para a área, sem efetividade e consagrando a defesa do rival.

Na segunda etapa, Otero fez sua reestreia no Atlético, entrando no lugar de Luan. A substituição buscou dar mais agressividade no ataque pelos lados, centralizando Cazares e abrindo Otero e Chará nas pontas. A substituição só surtiu efeito nos primeiros minutos, quando Otero conseguiu alguns dribles pela esquerda e cruzar algumas bolas com perigo. Após os primeiros minutos razoáveis, o Atlético voltou a cometer os erros do primeiro tempo, errando saídas de bola, dando contra-ataques e falhando interceptações. O Cruzeiro chegou ao terceiro gol graças à uma dessas falhas. Elias tentou sair jogando sob pressão, perdeu a bola e Robinho chutou. O chute acertou Igor Rabello e enganou Victor, que caído viu Robinho pegar o rebote e marcar o terceiro gol. O terceiro gol foi o choque que mostrou que o Atlético não conseguiria a reação no jogo, e estava entrando em situação delicada para passar de fase. Entraram Geuvânio e Jair, mas o Atlético não conseguiu ter criatividade, ainda deu mais contra-ataques para o rival, mas viu a sorte impedir um quarto e devastador gol. Terminou a partida com vitória azul por 3 a 0.

Foto: Bruno Cantini / Atlético

Opinião Final

É inacreditável que o Atlético tenha se colocado nesta situação complicada logo no primeiro jogo do mata-mata. Erros defensivos, falhas individuais e displicência marcaram a desastrosa atuação atleticana. Destaques negativos para Zé Welison e Cazares. Enquanto o primeiro está em fase ruim e falhou feio no segundo gol do Cruzeiro, o segundo mais uma vez desapareceu em um clássico. Muito da falta de criatividade atleticana se deu ao apagão de Cazares. Rodrigo Santana também errou, pois mesmo após o primeiro gol do Cruzeiro, a equipe deveria manter sua postura. Não se joga aberto contra o Cruzeiro de Mano Menezes. Se abrir tanto provocou os contra-ataques que o rival tanto gosta de ter. Ponto negativo para o elenco atleticano, que mais uma vez fez sua torcida passar vergonha. É impressionante como não conseguem ganhar um jogo importante. Um time como o Atlético não pode se desestabilizar tanto em um clássico, sofrendo dois gols em 20 minutos. Falha de atitude e postura de um elenco despreparado para ganhar títulos. O Galo precisará de um milagre para passar de fase. A torcida precisará de abraçar o time, mas os jogadores também precisarão. Ser eliminado para o rival significará uma vergonha histórica, que marcará negativamente este elenco já tão marcado por derrotas.

Ficha Técnica

CRUZEIRO 3 x 0 ATLÉTICO
​Estádio: Mineirão – Belo Horizonte (MG)
Data-hora: 11 de julho de 2019, às 20h
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Equipe do VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Cartões Amarelos: não houve

Público e Renda: 46.113 /R$ 2.190.896,00

Gols: Pedro Rocha, aos 13’-1º T(1-0), Thiago Neves, aos 26’-1º T(2-0), Robinho, aos 9’-2ºT(3-0)

CRUZEIRO: Fábio; Lucas Romero, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho(Fred, aos 27’-2ºT), Thiago Neves(David, aos 46’-2ºT),Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha(Jadson, aos 31’-2ºT) Técnico: Mano Menezes.

ATLÉTICO: Victor; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Zé Welison(Jair, aos 30’-2ºT), Elias; Luan(Otero-intervalo) e Cazares(Geuvânio, aos 21’-2ºT) . Chará e Alerrandro. Técnico: Rodrigo Santana

 

 

 

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