Mesmo com ótimo trabalho e levando o Sub-20 ao título Brasileiro, Atlético demite o Diretor das categorias de Base Júnior Chávare
O Atlético acertou a rescisão contratual de Júnior Chávare. Ex-Diretor das categorias de Base do Atlético se reuniu com funcionários do clube nesta manhã e se despediu de todos na Cidade do Galo.
Chávare chegou ao Atlético por indicação de Rui Costa na Gestão do Sette Câmara em Maio de 2019 e mudou a estratégia de captação de jovens atletas passando a contratar jogadores de potencial para as categorias de base do Atlético, a maioria delas por empréstimo com opção de compra. E em sua administração chegaram atletas como o zagueiro Gustavo Henrique, os volantes Guilherme Castilho e Wesley, e os meias Echaporã e Calebe, que hoje faz parte do time profissional do técnico Jorge Sampaoli.
Além de jovens jogadores, Chávare também foi responsável pela contratação do técnico Marcos Valadares para a equipe Sub-20.
O planejamento de restruturação de Júnior Chávare deu muito certo e conseguiu levar a equipe Sub-20 ao título do Campeonato Brasileiro 2020.
Com tanto sucesso de reformulação da base, muitos se perguntam por qual motivo o novo presidente do Atlético tomou tal decisão de demitir Júnior Chávare. Segundo o próprio presidente do Atlético é ter uma metodologia oposta a de Chávare. Para Sérgio Coelho a base deve apostar na captação de jogadores cada vez mais jovens e cogita contratar uma empresa de consultoria para auxiliar o clube no processo.
“Saiu uma pesquisa que (mostra que), dos 40 jogadores melhor vendidos, 37 chegaram ao clube de 16 anos para baixo: 14, 15, 16 anos. Os dez mais valorizados desse grupo de 40 chegaram com 14 anos. Isso significa que a gente tem que captar o menino com sete, oito, nove, dez, 11, 12, 13 anos. Esse é um trabalho que nós vamos fazer. Precisamos captar esses meninos bem novos”, disse o presidente do Atlético, sem informar de qual estudo que teve acesso para influenciar tal decisão.
Júnior Chávare deixou uma carta de despedida, confira abaixo:
Depois de 20 meses, chegou a hora de dizer adeus, ou um até breve, ao Clube Atlético Mineiro. O futebol é assim, de ciclos que se abrem e se fecham, e eu posso dizer, com propriedade, que meu sentimento é de satisfação em ter deixado um legado para aqueles que seguirão a caminhada daqui para frente.
Ao entrar pela porta da Cidade do Galo, em 21 de maio de 2019, eu sabia do desafio que era executar um trabalho de excelência em um dos departamentos de suma importância para o dia-a-dia do clube. E ao sair por essa mesma porta, despeço-me com a sensação de dever cumprido, com a felicidade e compromisso de ter colocado em prática um projeto desenvolvido a várias mãos, dividindo responsabilidades e colhendo frutos com uma equipe leal e profissional.
Não quero me estender sobre tudo o que foi planejado e executado, mas o projeto da base do Galo teve começo, meio e fim. Não me refiro apenas aos inúmeros títulos conquistados, entre eles a inédita taça do Brasileiro Sub-20, ou dos atletas que foram lapidados e já estão compondo a equipe principal e o time de transição.
Quero falar principalmente da postura de toda a diretoria, comissão técnica, funcionários e colaboradores durante a temporada 2020. Foi um ano atípico, totalmente diferente do que já vivemos na história da humanidade em razão da Covid-19. Tivemos que nos reinventar com o carro andando e entender o que seria feito com mais de 100 jovens das diferentes categorias amadoras, e creio que apesar de todas as dificuldades, desenvolvemos processos e metodologias de treinamento, assistência social e psicológica, e fomos referência no que se refere a esse trabalho com a base no Brasil.
A vida continua, e antes de encerrar essa carta, gostaria de deixar meu profundo respeito e gratidão aos inúmeros profissionais que estiveram comigo neste período de 1 ano e 8 meses; à massa atleticana, que teve paciência e esteve próxima entendendo e apoiando um propósito tão desafiador. Também gostaria de desejar sucesso e boa sorte aos novos gestores que assumiram o clube, entre eles, Sérgio Coelho e Rubens Menin, e agradecer a confiança e apoio do presidente Sérgio Sette Câmara e dos diretores executivos de futebol Rui Costa e Alexandre Mattos pelo período em que estivemos juntos.
Meu muito Obrigado.
Júnior Chávare
Desde que assumiu a presidência do Atlético, Sérgio Coelho demitiu profissionais de alto cargo e da confiança do seu antecessor Sérgio Sette Câmara.
- Alexandre Mattos (diretor de futebol)
- Júnior Chávare (diretor da base)
- Marcelo Machado (superintendente administrativo)
- Domenico Bhering (diretor de comunicação)
O nome mais cotado para assumir o lugar de Júnior Chávare é do Erasmo Damiani, que atualmente está no Internacional e trabalhou recentemente com o atual Diretor de Futebol do Galo, Rodrigo Caetano.
Além do Internacional, Erasmo Damiani foi coordenador de categorias de b da CBF onde conquistou o ouro Olímpico em 2018.
Além do Atlético outros clubes também tem interesse em tirar Erasmo Damiani do Inter, o Flamengo também tem interesse no profissional.
Com uma mudança radical na categoria de base do Atlético, o bom trabalho que vinha sendo realizado com o Júnior Chávare e dando bons resultados já faz parte do passado, será que o novo planejamento de gestão da base que o Sérgio Coelho quer, vai dar certo no Galo?
Isso só o tempo poderá responder, mas de fato é uma aposta bem arriscada mudar um projeto que vinha dando certo para voltar a velhas metodologias.
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