Galo encontra dificuldades, mas vence o Ceará no Mineirão

O Jogo

O Galo foi bastante alterado pelo treinador Sampaoli. Se os jogadores eram quase os mesmos que atuaram contra o Corinthians, com a exceção de Arana, que deu vaga a Allan, o posicionamento dos atletas em campo foi bastante diferente. Com a presença de apenas um lateral, mas dois zagueiros, a formação imaginada pela torcida era uma linha defensiva com três homens no meio (Alonso, Réver e Guga), mas em campo pôde-se notar que Guga atacava pelo lado direito, e o volante Allan aparecia deslocado pela esquerda. A mudança, no entanto, fez com que o mandante perdesse consistência no ataque e se desorganizasse na defesa, perdendo ofensividade e vendo o Ceará jogar melhor, mesmo que dando a posse para o Atlético. Keno e Savarino ficavam sozinhos nas pontas, enquanto Allan Franco e Hyoran não se entendiam no ataque. E o Ceará ameaçava nos contra-ataques, encontrando espaços numa aberta defesa Atleticana, só falhando no passe final.  Lima teve a melhor chance da primeira etapa, quando enganou a zaga Atleticana, invadiu a área em velocidade pela esquerda, mas foi travado na hora do chute.

Jorge Sampaoli percebeu a ineficácia de seu novo esquema, e colocou Arana no segundo tempo, no lugar de Jair. O Atlético, com um lateral de ofício na esquerda, acabou se posicionando de maneira mais lúcida em campo, e começou a ter mais coesão nas transições ofensivas. No entando a melhor organização não foi capaz de dar a dominância do jogo aos Atleticanos. O time errava no passe final, e agora estava displicente na defesa, errando passes simples no início da construção das jogadas. O Atlético até chegava no ataque, mas o Ceará acabava chegando também, transformando o jogo em um “lá e cá”. Lima voltou a incomodar ao driblar Réver e Alonso, e chutar firme para defesa de Rafael, enquanto o Galo respondeu com Keno fazendo grande jogada pela esquerda, tentando cruzar rasteiro e a zaga visitante afastando no último momento. Os minutos passavam, o resultado positivo parecia mais difícil, mas começou a aparecer a estrela do atacante Marrony. O camisa 38 sofreria pênalti aos 24 minutos após ser puxado na área, e ele mesmo marcaria o gol, cobrando muito bem a penalidade e finalmente dando um ar de alívio à Massa Atleticana. O jogo passou a ser mais fávorável ao Galo, que começou a encontrar mais espaços no ataque e teve chances de ampliar. Mas o Ceará, ainda acreditando no resultado, teve grande chance com o atacante vindo do banco Cléber, que desperdiçou a chance. E no contra-ataque, veio o golpe fatal do Galo. Marrony recebeu passe em profundidade, avançou livre de marcação e venceu o goleiro Fernando Prass para fazer seu segundo gol na partida, e decretar a vitória Atleticana no Mineirão.

Fotos: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Opinião Final

O confronto de Alvinegros no Mineirão marcou equilíbrio. O Galo, desorganizado no primeiro tempo graças às más alterações de Sampaoli, foi pouco efetivo no ataque e deixou espaços para um Ceará armado para matar. O time cearense foi organizado e tinha boas válvulas de escape pelas pontas, que dificultaram a vida Atleticana. Allan não se encontrou na esquerda, Keno e Savarino ficavam sozinhos, e Hyoran não conseguia armar jogadas. É louvável, no entanto, ver que o Atlético entendeu sua situação no jogo, e não só Sampaoli tenha ajustado a equipe, como também os atletas melhoraram sua conduta na partida. O segundo tempo ainda contou com falhas, e uma perigosa displicência de nossos zagueiros, mas o time pareceu mais organizado e soube buscar melhor seu objetivo. Guilherme Arana, poupado no primeiro tempo, é peça indispensável na lateral-esquerda e Sampaoli parece não confiar em Fábio Santos para fazer o mesmo papel. Mas a mudança de atitude na segunda etapa passou também pela entrada de Arana, que deu importante opção pelo lado esquerdo. Marrony, em crescimento na temporada, cada vez mais se consolida como opção confiável no ataque, tendo boa movimentação, boa presença ofensiva e finalizando bem. O camisa 38 foi importantíssimo para a vitória com seus dois gols e excelente atuação. Quanto a Keno, o ponta tem qualidade, criou algumas boas jogadas, mas tem que tomar cuidado em seu individualismo. Tocar a bola de vez em quando não faz mal. O Galo, num geral, poderia ter jogado melhor, mas foi capaz de vencer mesmo em situação desconfortável. O resultado é ótimo para a moral dos jogadores, e esperamos que o time evolua ao passar das rodadas.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 2X0 CEARÁ

Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Data/Hora: 16 de agosto de 2020, 11h (Brasília)

Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)

Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e José Reinaldo Nascimento Junior (DF)

Gol: Marrony, aos 27 e 46-2ºT (CAM)

Cartão amarelo: Hyoran e Guga (CAM); William Oliveira, Luiz Otávio, Lima e Fabinho (CEA)

ATLÉTICO: Rafael, Guga, Réver, Junior Alonso e Allan; Jair (Guilherme Arana), Franco e Hyoran (Fábio Santos); Keno (Léo Sena), Marrony e Savarino (Marquinhos); Técnico:Jorge Sampaoli

CEARÁ: Fernando Prass; Samuel Xavier, Gabriel Lacerda, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Willian Oliveira (Charles), Fabinho, Lima (Victor Jacaré), Fernando Sobral (Wescley) e Mateus Gonçalves (Rick); Rafael Sóbis (Cléber); Técnico:Guto Ferreira

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