Em jogo de fases distintas, Galo supera São Paulo no Mineirão

O Jogo

Antes dos 15 minutos do primeiro tempo o São Paulo já havia acertado duas bolas na trave e finalizado 9 vezes. Você não está lendo errado! O tricolor paulista impôs grande pressão e limitava muito as ações do Atlético, que tentava sair jogando, mas seus jogadores ficavam sozinhos contra muitos atletas rivais, e tinham que rifar a bola. A estratégia Alvinegra passou a ser o passe longo, com tentativas de inversão e lançamentos que, teoricamente, pegariam a defesa do São Paulo de surpresa. Infelizmente, não haviam muitos jogadores para receber esse passe longo, e a bola acabava ficando de graça para os visitantes. O meio de campo estava confuso, Jair, Allan e Franco saíam demais para atacar, e deixavam um buraco atrás, muito aproveitado pelo São Paulo. Os paulistas conseguiram, em um certo momento, exercer pressão ao ponto do Atlético não conseguir passar do meio-campo. Em uma dessas descidas, Luciano recebeu cruzamento e marcou gol. Mas o lance foi para o VAR, e foi assinalado impedimento, mantendo a marcação de campo do bandeirinha. O impedimento foi milimétrico, gerou reclamações de tricolores, mas o gol foi bem anulado. A partir dos 15 minutos finais da primeira etapa, o Galo conseguiu colocar mais a bola no chão e ter um pouco mais de calma para organizar seu jogo. Tal atitude surtiu efeito imediato. Jair deu grande passe em profundidade para Franco, que apareceu de surpresa dentro da área e venceu Tiago Volpi para abrir o placar. Uma vez com a vantagem, o Galo soube controlar bem a partida e, calmamente, foi começando a dominar o São Paulo. Aos 44 minutos, saiu o segundo gol. Allan tocou pela esquerda, Hyoran deu leve ajeitada e Franco, de novo, não desperdiçou a chance. Um Atlético cirúrgico abria 2 a 0 em suas poucas chegadas ao ataque. Ainda houve lance de pênalti após toque de mão do zagueiro Diego Costa, mas o VAR mandou o jogo seguir.

Seguindo sua evolução na partida, o Atlético fez uma segunda etapa de domínio total contra o São Paulo. O time visitante, antes com grande vantagem no número de finalizações, observou o Galo agredir cada vez mais, com calma, versatilidade e inteligência. Os jogadores Atleticanos saíam bem da forte pressão, encontravam velocidade nas transições e a defesa desarmava todas as investidas rivais. Aos 13 minutos, o agora domínio Alvinegro resultou em mais um gol. Hyoran cobrou escanteio, Alonso escorou bem e Jair mandou para o gol, abrindo 3 a 0 de vantagem. Mesmo com o gol, Sampaoli manteve o Atlético ofensivo e promoveu a entrada de Marquinhos para dar um “gás” na ponta, substituindo Keno. O camisa 11 foi para a esquerda e Hyoran foi deslocado para a direita. Atordoado, o São Paulo corria desesperado, tentando roubar a bola do Galo, e dava muitos espaços para o contra-ataque. O Atlético teve múltiplas chances de aumentar o placar, mas falhou na concretização das jogadas, e também na trave. Marrony entrou no lugar de Sasha e Savarino no lugar de Hyoran, para manter a ofensividade nas pontas. O Atlético, mesmo desperdiçando chances claras para ampliar, administrou bem o resultado e trouxe três importantes pontos para casa, voltando para o 3º lugar do Campeonato Brasileiro.

Fotos: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Opinião Final

A maneira como o Atlético foi dominado nos primeiros 30 minutos foi absurda. Meio de campo muito aberto, falta de concentração e falta de coesão na fase de construção de jogadas. O São Paulo fuzilou o Atlético, e só não marcou seu gol por causa da trave, duas vezes, o goleiro Rafael e o VAR. VAR este que anulou de forma polêmica o gol do tricolor Luciano, mas apesar de polêmico, o lance parece ter sido bem anulado. Aparentemente o Atlético “acordou” depois do lance do gol, e teve calma para colocar a bola no chão. E aí, o futebol começou a fluir naturalmente. Allan Franco, invadindo de surpresa a área, teve seu momento artilheiro e marcou dois gols, em bons lances de construção ofensiva. Hyoran fez partida “feijão com arroz”, e acabou premiado por sua lucidez ao dar boa assistência para o segundo gol do meia paraguaio. O Atlético se mostrou forte emocionalmente mais uma vez, e confirmou sua força ao dominar o São Paulo desde o primeiro gol Alvinegro na partida, e levou sua vantagem com tranquilidade pelos 45 minutos finais, marcando mais um gol com Jair. Individualmente, partidas boas de Keno e Sasha, sempre perigosos, e excelente exibição de Allan Franco, que demonstra evolução. Mas o destaque maior deve ir a Jair e Mariano. O volante jogou muito bem mais uma vez, distribuiu desarmes no meio-campo, e foi fundamental na frente, dando uma assistência e escorando o gol. Já o lateral-direito Mariano começa a mostrar ritmo e se consolidar como titular. Foi o único jogador lúcido no pior momento do Galo na partida, e no restante dela deu passes de perigo, boa movimentação pela direita e foi consistente na defesa. E quando cansou, foi deslocado para a ponta, e Guga entrou em campo para ajudar na recomposição. No final das contas, apesar de todo o sofrimento no início, o Galo mereceu vencer e mereceu golear.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 3 x 0 SÃO PAULO

Data/Hora: 3/9/2020, às 20h

Local: Mineirão

Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)

Assistentes: Lucio Beiersdorf Flor (RS) e Leirson Peng Martins (RS)

Árbitro de vídeo: Rafael Traci (SC)

Cartões amarelos: Fernando Diniz (SAO)

 

Gols: Alan Franco, aos 34’/1ºT (1-0); Alan Franco, aos 43’/1ºT (2-0); Jair, aos 13’/2ºT (3-0)

 

ATLÉTICO: Rafael, Mariano, Igor Rabello, Júnior Alonso e Guilherme Arana (Fábio Santos – 41’/2ºT); Allan, Jair (Guga – 35’/2ºT), Alan Franco e Hyoran (Marrony – 35’/2ºT); Keno (Marquinhos – 19’/2ºT) e Eduardo Sasha (Savarino – 35’/2ºT). Técnico: Jorge Sampaoli.

SÃO PAULO: Tiago Volpi, Igor Vinícius, Diego Costa, Léo e Liziero; Tchê Tchê, Gabriel Sara (Vitor Bueno – Intervalo) e Hernanes (Igor Gomes – 8/2ºT); Luciano, Paulinho Boia (Brenner – 8’/2ºT) e Pablo (Toró – 32’/2ºT). Técnico: Fernando Diniz.

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