Com pênalti polêmico, Galo perde para o Botafogo no Rio

O Jogo 

O Atlético começou melhor no jogo, encontrando espaços para atacar o Botafogo e invadindo a área botafoguense, mesmo que sem finalizar. O Galo conseguia trocar passes e ter o domínio do jogo, parando o Botafogo quando os cariocas buscavam o ataque, quase sempre pelo lado esquerdo da defesa do Atlético. Mas as coisas começaram a dar errado na segunda parte da primeira etapa, quando o time da casa cresceu e começou a controlar a posse de bola no campo ofensivo, contando com uma displicência e falta de intensidade que começava a aparecer por parte dos atleticanos. E tudo foi para o espaço de vez, quando o volante Jair teve de ser substituído devido a uma lesão, e Zé Welisson entrou em seu lugar. O camisa 14 alvinegro entrou muito mal no jogo e errou passes em lances ofensivos do Galo, cedendo contra-ataques para o Botafogo. Em dois desses lances, Réver e Igor Rabello acabaram “sendo amarelados” ao parar os botafoguenses com falta, e um terceiro lance de falta originou um pênalti para o Botafogo. O árbitro Bráulio da Silva Machado, após consulta ao VAR, marcou toque de braço de Rabello dentro da área e expulsou o zagueiro atleticano. A penalidade foi muito polêmica pois o braço de Rabello estava colado no corpo e porque, por mais que o critério seja marcar pênalti neste tipo de lance, não vemos o mesmo critério na maioria das partidas do Brasileiro, inclusive quando as marcações favoreceriam o Atlético. Diego Souza fez o gol de pênalti e o primeiro tempo terminou 1 a 0 para o Botafogo.

Foto: Bruno Cantini / Atlético

O Galo, com Leonardo Silva no lugar de Ricardo Oliveira, voltou para o segundo tempo tentando surpreender, com uma mentalidade mais ofensiva. Com linhas avançadas e precisando do gol, acertou a trave com Leonardo Silva, mas viu o Botafogo armar contra-ataques e o goleiro Wilson ser mais acionado. O time carioca fez o segundo gol aos 20 minutos, num bonito lance de contra-ataque que terminou com gol de Alex Santana. Com 2 a 0 no placar, o Botafogo implementou estratégia defensiva e de contra-ataques, e o Galo partiu para o ataque com tudo para buscar o gol. Chará perdeu um gol incrível, o zagueiro Marcelo salvou boa chance de Cazares, e o Galo não conseguiu reagir. Di Santo conseguiu marcar seu primeiro gol com a camisa do Atlético e diminuir o placar, mas já era tarde. O Galo perdeu um jogo que não poderia perder e caiu para nono lugar na tabela do Brasileiro.

Opinião Final

Por mais que a exibição atleticana tenha deixado (e muito) a desejar, não dá para não associar o resultado da partida à expulsão e o pênalti contra o Atlético. O lance, polêmico, recolocou em debate a consistência de quem comanda o árbitro de vídeo. Em alguns jogos um pênalti é marcado, mas em outros, no mesmo tipo de lance, um pênalti não é assinalado. Não há critério nas decisões da arbitragem e os chefes do apito brasileiro não conseguem implementar um sistema eficiente e confiável de arbitragem de vídeo. O resultado disso é uma crise total de confiança na arbitragem brasileira, em um nível nunca antes visto em nosso futebol. A rodada após o VAR causa polêmica em suas decisões, e parecemos ainda distantes de uma evolução neste sistema, que é sim mal gerido no nosso futebol nacional. Numa mesma partida, é assinalado um pênalti polêmico contra Igor Rabello, mas na mesma partida não é assinalado um pênalti de Joel Carli (Botafogo) no mesmo tipo de lance, que causaria os mesmos efeitos da jogada com Rabello, já que Carli também estava amarelado.

Dito isso, vamos comentar as exibições atleticanas. A defesa do Galo ia bem até a expulsão de Rabello, e ainda conseguiu ir razoavelmente bem após o primeiro tempo. O problema é que o Galo teve que se abrir, deixando a defesa exposta com um jogador a menos, o que culminou no segundo gol para o Botafogo. Wilson não teve culpa nos gols e jogou bem. Mas o ataque alvinegro novamente decepcionou. Sem intensidade e pouco efetivo, mais uma vez criou poucas chances claras, e quando criou, perdeu. Segundo o portal “Footstats”, o Galo finalizou 65 vezes e fez somente um gol nos últimos 4 jogos, número impensável. Chará perdeu um gol incrível, o que escancara seu momento ruim como jogador do Atlético e a estatística trazida pelo “Footstats”. O Atlético precisa de mudar sua escalação, pois o time não tem rendido individualmente e o jogo coletivo começa a perder sua consistência. O ponto positivo foi a exibição de Franco Di Santo, que marcou seu primeiro gol com a camisa alvinegra e mostrou ser uma opção forte para o restante da temporada.

Ficha Técnica

BOTAFOGO 2 X 1 ATLÉTICO-MG

Local: Nilton Santos, Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 08/09/2019, às 16hs (de Brasília)
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (Fifa/SC)
Auxiliares: Kleber Lúcio Gil (Fifa/SC) e Henrique Neu Ribeiro (SC)
VAR: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)
Cartão amarelo: Joel Carli, Fernando, Marcelo e Luiz Fernando (BOT), Rever e Igor Rabello e Fábio Santos (CAM)
Cartão vermelho: Igor Rabello (CAM)

GOLS: Diego Souza, 44’, 1ºT (1-0); Alex Santana, 20’/2ºT (2-0); Di Santo, 47’/2ºT (2-1)

BOTAFOGO: Diego Cavalieri; Fernando (Gustavo Bochecha, 14’/2ºT), Carli, Marcelo e Gilson; Cícero, João Paulo (Leo Valencia, 13’/2ºT), Alex Santana e Marcinho; Luiz Fernando e Diego Souza (Vinícius Tanque, 32’/2ºT). Técnico: Eduardo Barroca

ATLÉTICO-MG: Wilson; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Jair (José Welison, 33’/1ºT), Elias, Vinícius e Cazares; Chará (Di Santo, 32’/2ºT) e Ricardo Oliveira (Leonardo Silva, 44’/1ºT). Técnico: Rodrigo Santana.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *