Na emoção! Galo vira no último minuto e abre vantagem contra o Tombense

O Jogo

O primeiro tempo foi de ataque contra defesa, literalmente. O Atlético buscava ser agressivo, enquanto o Tombense se posicionava com seus 10 jogadores de linha atrás da linha do meio-campo, torcendo por um contra-ataque. E por mais que o Galo tivesse mais posse de bola e finalizações, o Tombense foi melhor simplesmente por executar sem erros a sua estratégia proposta. O Galo tinha muitos atacantes e se movimentava, mas faltava criatividade e mais capricho na finalização. O Alvinegro buscava muito o jogo pelo meio de campo, e esbarrava no “ferrolho” montado pelo treinador Eugênio Souza. Na melhor chance do jogo, Eduardo Sasha recebeu boa bola, não conseguiu bater de primeira, arriscou um voleio mas mandou a bola para muito longe. O Tombense continuou na sua estratégia defensiva, ainda gastou alguns minutos com paradas para atendimento médico, e segurou o empate para o intervalo no Mineirão.

O Atlético voltou mudado para os 45 minutos finais. Visando um pouco mais de presença no meio e mais objetividade, Sampaoli colocou Allan Franco e Marquinhos, nos lugares de Marrony e Savarino, respectivamente. Tais alterações surtiram efeito rápido, e o Atlético mostrou maior coesão na construção de seus ataques, por mais que ainda faltasse um melhor passe final. O time da casa passou a rondar a área dos visitantes e emendar várias finalizações com perigo. Keno, apagado no primeiro tempo, estava melhor, agora atuando pela direita, e Marquinhos havia entrado bem, dando boa opção pela esquerda. O Tombense, porém, começou a incomodar um pouco mais, e tinha um pouco mais de espaço para atacar o Atlético, que estava totalmente na frente. E em uma dessas chegadas, Rubens avançou, foi agarrado por Alonso na área e caiu. O lance seguiu, o Atlético chegou a atacar, mas o VAR entrou em ação e marcou pênalti para os visitantes. O próprio Rubens foi para a cobrança e converteu o pênalti, fazendo 1 a 0. Agora atrás no placar, o Galo reagiu imediatamente. Alonso chutou de fora da área, Felipe deu rebote e Eduardo Sasha empatou a partida. O gol de empate ajudou o Galo, que cresceu no jogo e teve chances para virar. Mas o problema é que, à medida que os minutos foram passando, o time começou a cansar e dar ainda mais espaços para o Tombense contra-atacar. O time de Tombos encontrava espaço principalmente nas costas de Guga, e passou a trocar mais passes, tentando controlar a partida e deixar os Atleticanos nervosos. Rafael precisou fazer grande defesa em cabeçada do zagueiro Matheus Lopes e rebote de Rubens. Já nos minutos finais, o Tombense teve série de laterais e faltas a favor, o que parecia decretar o resultado da partida. Mas para a surpresa de todos, o Atlético, apagado por toda a partida na sua parte criativa, conseguiu colocar grande intensidade na partida, cercou a área visitante nos segundos finais, e Keno recebeu pela direita, entrou na área, bateu firme e seu chute morreu dentro do gol, desviando ainda no zagueiro Matheus Lopes antes de entrar. O camisa 11 tirou sua camisa, levou cartão amarelo, mas garantiu uma vitória épica, e de quebra marcou seu primeiro gol com a camisa Alvinegra, num momento em que já era muito criticado. O gol, aos 52 minutos do segundo tempo, revoltou o Tombense, que reclamou muito dos acréscimos, apesar de ter feito “cera” e gastado tempo por toda a partida. E o Galo, que não tinha nada a ver com isso e tentou jogar futebol os 90 minutos, garantiu sua vitória.

Fotos: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Opinião Final

Noite de fortes emoções no Mineirão. A escalação inicial proposta por Jorge Sampaoli foi interessante, com uma proposta de ter vários atacantes, mas também ter muita movimentação naquele setor. Faltou, porém, criatividade e organização. Os jogadores corriam, se movimentavam, mas não conseguiam encaixar jogadas contra um retrancado Tombense, que tinha a vantagem do empate. O Atlético teve cabeça boa, não se desesperou no jogo e conseguiu “tirar um coelho da cartola” quando tudo já parecia perdido. Falando de peças individuais, Allan Franco entrou bem no segundo tempo, Mariano substituiu Guga e já deu esboços de um bom futebol, e Eduardo Sasha precisou de apenas 2 jogos para marcar seu primeiro gol, mesmo ainda sem entrosamento. E o detalhe é que Sasha havia jogado bem já na sua estreia contra o Internacional. Como lado negativo, é necessário apontar a evidente falta de boas peças no setor criativo do Atlético. Temos atacantes do “um contra um”, temos volantes que distribuem o jogo, temos laterais que atacam, mas não temos um meia que dê um passe em profundidade, ou apareça de surpresa na área para finalizar. O Galo sentiu muito a falta de Nathan, e não encontrará em Hyoran uma reposição à altura. Agora que resolvemos as carências na camisa 9, e agora o Galo tem dois bons atletas no setor (Marrony e Sasha) além de um lesionado Tardelli, precisamos focar nossas atenções no meio de campo. À exceção do jogo contra o Inter, o Galo tem sido melhor que seus adversários e criando chances, mas se o time não evoluir na criatividade e concretização de jogadas, terá graves problemas no prosseguimento do Campeonato Brasileiro.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 2 X 1 TOMBENSE

Data-Hora: 26 de Agosto de 2020 (quarta-feira). às 21:30h

Local: Mineirão (Belo Horizonte)

Árbitro: Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira (MG)

Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Celso Luiz da Silva(MG)

Cartões Amarelos: Jair e Keno (CAM); Rodrigo e Marquinhos (TOM)

GOLS – Rubens (TOM, 17-2ºT), Eduardo Sasha (CAM, 19-2ºT), e Keno (52-2ºT)

ATLÉTICO: Rafael; Guga (Mariano), Réver, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Jair, Hyoran (Bruno Silva) e Savarino (Marquinhos); Keno, Marrony (Alan Franco) e Eduardo Sasha (Allan). Técnico: Jorge Sampaoli.

TOMBENSE: Felipe; David (Da Silva), Admilton, Matheus Lopes e João Paulo; Rodrigo (Falcão), Ibson e Serginho (Ramon); Marquinhos (Gabriel Lima), Cássio Ortega e Rubens (Maycon Douglas). Técnico: Eugênio Souza.

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