Galo pressiona, faz 2 a 0 mas é eliminado pelo Unión na Sul-Americana

O Jogo

O Galo precisava de no mínimo três gols, e veio armado de forma ousada. Um esquema de três zagueiros (Réver, Gabriel e Igor Rabello) dava liberdade para os alas (Guga e Arana) atacarem, e os meias (Jair e Nathan) não tinham que defender tanto. Outra surpresa na escalação foi Otero, que não tinha condições físicas para realizar uma partida completa, mas jogou por todo o primeiro tempo. O novo esquema de jogo confundiu o Unión, que se tornou presa fácil e não conseguia sair jogando. O Atlético, com mais posse, jogava muito pelas laterais, e eventualmente chegava pelo meio, que estava muito fechado. Em cobrança de falta magistral, Otero chutou de longe e abriu o placar antes dos 15 minutos e encheu a Massa de esperança. O Unión até tentou pressionar, mas não conseguia passar do meio campo e via os donos da casa se aproximarem de um segundo gol. E esse veio aos 28 minutos. Réver sofreu pênalti, Hyoran cobrou no canto e fez 2 a 0. A Torcida do Galo, que já cantava alto, ficou ensandecida, e esse sentimento passou para os jogadores em campo, com o Galo indo com tudo pelo terceiro gol. E este só não veio aos 43 minutos porque Nathan perdeu gol cara a cara com o goleiro Moyano, após assistência de Hyoran.

O Galo tinha 45 minutos para fazer mais um gol (e não sofrer nenhum) e voltou ainda melhor no segundo tempo. Aproveitando-se do nervosismo dos argentinos, claramente assustados, os Atleticanos conseguiam manter a posse de bola no ataque e se esforçavam para trabalhar jogadas. Mesmo com Réver substituído por lesão e Maidana entrando em seu lugar, os Alvinegros mantinham sua dominância e pareciam muito próximos do terceiro gol. Guilherme Arana, que era um dos destaques do jogo, teve grande chance cara a cara com Moyano, mas o goleiro argentino evitou o que seria o gol salvador do Atlético. À medida que os minutos se passavam, o Galo começou a sentir o cansaço, e a retranca argentina começava a surtir efeito. Dudamel tentou jogar com 2 centro avantes, sacando Guga para a entrada de Ricardo Oliveira, mas os jogadores Atleticanos arriscavam demais passes longos, que facilitavam a vida do Unión. O time visitante, com estratégia de catimbar o jogo desde o seu início, aproveitou a queda do Galo para segurar a bola e gastar o tempo. Os minutos finais se arrastaram dessa maneira, o Atlético foi incapaz de fazer uma pressão final, e o jogo terminou. O 2 a 0 a favor não evitou a eliminação do Galo pelo placar agregado (2 a 3).

Opinião Final

A eliminação inesperada para o Unión de Santa Fe poderá servir de ensinamento para o futuro. O Atlético, para ser campeão de torneios de mata-mata, não pode ser displicente e errar tanto, como foi no jogo da Argentina. Reverter um placar agregado de 3 a 0 é pesado demais, não importa o adversário que seja. O Galo teve postura, atitude e futebol no jogo de volta, mas a sua irregularidade causou mais uma eliminação. Num contexto geral, entretanto, é bom notar a resposta dada pelos jogadores Alvinegros a uma situação de pressão. Tiveram todos muita personalidade, e Rafael Dudamel, nosso treinador, mostrou ousadia ao apostar em um esquema tático diferente, o que confundiu o treinador do Unión. O Galo tem potencial de jogar mais, e muitos atletas que disputarão a titularidade ainda não jogaram. Se aprendermos com os erros cometidos na Copa Sul-Americana, poderemos crescer e evoluir.

Ficha Técnica

ATLÉTICO 2 x 0 UNIÓN SANTA FE-ARG

Data/hora: 20 de fevereiro de 2020, às 21h30(De Brasília)
Estádio: Mineirão, Belo Horizonte(MG)
Árbitro: Nicolas Gallo(COL)
Assistentes: Sebastian Vela e Wilmar Navarro(COL)
Cartões amarelos: Nathan, Iago Maidana(CAM), Troyansky, Calderón, Méndez, Jalil Elías, Milo(UNI)

Gols: Otero, aos 14’-1ºT(1-0), Hyoran, de pênalti, aos 28’-1ºT(2-0)

ATLÉTICO: Michael; Igor Rabello, Réver(Iago Maidana, aos 17’-2ºT) , Gabriel e Guga(Ricardo Oliveira, aos 38’-2ºT) ; Jair , Nathan, Hyoran, Otero(Marquinhos, aos 22’-2ºT), Guilherme Arana e Di Santo. Técnico: Rafael Dudamel

UNIÓN SANTA FE-ARG: Sebastián Moyano; Brian Blasi, Franco Calderón, Jonathan Bottinelli e Claudio Corvalán; Cabrera, Javier Méndez, Jalil Elías e Carabajal(Troyansky-intervalo);Milo(Bonifácio, aos 19’-2ºT) e Walter Bou(Mazzola, aos 25’-2ºT). Técnico: Leonardo Madelón